A sentença de crucificação dada pelo Império Romano a Jesus está
sendo recorrida por um advogado queniano, que diz ter a intenção de reparar a
justiça no caso histórico, e que deu base ao surgimento da fé cristã.
“A acusação parcial e maliciosa [feita contra Jesus] violou seus
direitos humanos”, disse Dola Indidis, advogado que é ex-porta-voz do
Ministério da Justiça do Quênia.
O advogado ressalta que sua iniciativa não tem ligação direta
com sua fé, e que o resultado da sua ação não mudará em nada o que crê, mas
entende ser necessário que o caso, visto por ele como uma “má conduta judicial,
abuso de poder, preconceito e injúria” por parte de Pôncio Pilatos, seja
revisto.
Embora historiadores e até teólogos tenham uma visão semelhante
à do advogado, o pedido de Dola Indidis ao Tribunal Internacional de Justiça,
em Haia, foi tratado em tom de piada por veículos de imprensa de todo o mundo.
Como é um caso de mais de 2000 mil anos e envolve, além do
próprio Cristo, um império que não existe mais, é possível que o caso não siga
adiante. A primeira tentativa, falha, do advogado aconteceu em 2007, no
Tribunal Superior do Quênia, na cidade em Nairobi, e o caso não foi levado
adiante.
Segundo informações Shalom Life, o líder religioso queniano
Maloba Wesonga, porta-voz da Arquidiocese de Nairóbi, classificou como inútil o
esforço do advogado: “Como sabemos, esse julgamento tinha que acontecer.
Devemos entender que Jesus não era vulnerável e ninguém pode querer fazer
justiça a Deus”, destacando a questão a partir do ponto de vista teológico.